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A cadeira de trás

  • caminhosdecidadani
  • Oct 3, 2023
  • 2 min read

Updated: Sep 26

Sentado na cadeira de trás, Tomás que enfrenta o bullying e a solidão na escola.


Aluno da turma do 4.º B, Tomás gostava de estar na última fila, junto à janela. Era um aluno discreto. Tinha o hábito de desenhar máquinas, e ficava muitas vezes sozinho no recreio. Não incomodava ninguém, mas parecia que, para alguns, já era motivo suficiente para implicarem com ele.

Miguel era o primeiro. Achava graça fazer comentários sempre que ele falava — imitava-lhe a voz, encolhia os ombros, exclamava: “Olha-me para esta seca!” Uns riam. Outros nem tanto, mas não diziam nada. Era mais fácil ficar calado.


*

Na manhã de terça-feira, entrou na sala com os ombros descaídos e os olhos baixos. Durante a aula, quando a professora Mariana pediu que lesse em voz alta, tropeçou numa palavra. Houve risos. Miguel voltou a repetir a frase com um ar trocista. A professora lançou-lhe um olhar reprovador.

No final da aula, chamou Tomás à parte.

— Está tudo bem contigo?

Ele hesitou. Mordeu o lábio. Encolheu os ombros.

— Só queria que me deixassem em paz — murmurou.


No dia seguinte, não apareceu na escola. Nem no outro. Ao terceiro dia, a professora não esperou mais. Ligou para casa. A mãe atendeu, cansada.

— O médico acha que está tudo bem, mas ele diz que tem dores de barriga. Não quer ir às aulas. Diz que não vale a pena, e fecha-se no quarto. (...)




Esta história explora a forma como o bullying pode isolar e silenciar uma criança, mostrando também como a intervenção consciente dos professores e a atitude dos colegas, ditada pela empatia, são cruciais para quebrar o ciclo de isolamento e transformar o ambiente escolar num lugar de pertença e de aceitação.






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